O levantamento mostra que há 41 milhões de trabalhadores formais com carteira assinada, mas há um grande número de pessoas trabalhando de maneira informal, 25,9 milhões, e não leva em consideração o funcionalismo público. O número de beneficiários atingiu 18 milhões de pessoas.
Rio Grande do Norte é o único estado no Nordeste que apresenta mais empregos formais que beneficiários do Auxílio Brasil, mas numa diferença muito pequena. No Norte, Tocantins e Roraima também estão acima. São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os 3 primeiros na outra ponta.
Antes da pandemia, 8 estados tinham mais benefícios que empregos formais. Em 2020 subiu para 10 e agora, com a inclusão de mais 2,7 milhões de famílias no Auxílio Brasil, subiu para 12. Esse é o maior percentual em relação aos trabalhadores formais até hoje na série histórica.
A pandemia levou o Governo a criar o Auxílio Emergencial, que trouxe um impacto significativo na vida das famílias e na economia dessas regiões, como indicado no estudo que desenvolvi sobre o impacto do Auxílio Emergencial no PIB dos municípios brasileiros. Em alguns municípios, o peso do Auxílio Emergencial sobre o PIB passou dos 30%. O Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família e vai trazer o mesmo tipo de impacto sobre as famílias e municípios mais pobres no Brasil. Mas, como pode se compreender a partir desse levantamento, o problema é muito maior.
Políticas de desenvolvimento regional são a solução para resolver essa grande disparidade regional. O Auxílio Brasil atenua no curto prazo, mas a saída precisa vir de políticas que desenvolvam o capital humano, através da educação, e as potencialidades econômicas regionais. Enquanto não se pensar em longo prazo, a dependência de programas sociais será constante.
Por Ecio Costa - Diario de PE / Foto: Reprodução