Como fruto do atual momento da pandemia no país, com medidas menos restritivas e o público consumidor ansioso para retomar as confraternizações ou outras celebrações, a economia pode ser alavancada pelas vendas desse período. Seja comprando ovos de Páscoa, bombons e barras de chocolate ou mesmo insumos para confecção e venda dos seus próprios doces, o povo faz o seu melhor na data.
No Estado de Pernambuco, em específico, mesmo tendo diferentes adversidades na economia em relação ao país, principalmente do ponto de vista do emprego e da venda, o comércio varejista ainda tem boas expectativas e deve colher um resultado satisfatório com as vendas relacionadas a esta época do ano.
“A Páscoa não é como o Dia das Mães, por exemplo, que movimenta diversos segmentos, como o de roupas e calçados, chocolates e doces, flores, perfumes, maquiagens e produtos cosméticos. Ela é mais centrada nos supermercados e nos alimentos. Por causa disso, o impacto no nível de empregos não é tão afetado”, explica Ademilson Saraiva, assessor econômico da Fecomércio-PE.
Muitas pessoas aproveitam para empreender e ganhar dinheiro de alguma forma, comprando não apenas os doces para celebrar, mas os insumos para produzir e vender. “O fato é que a pandemia afetou fortemente a atividade econômica e derrubou o rendimento médio real do trabalho no Estado em 12% ao longo de 2021, e isso impulsiona iniciativas de empreendedorismo por necessidade, como vender seus próprios produtos para fazer uma renda extra”, complementa.
Muitos fatores afetam diretamente a economia. A exemplo do aumento da demanda global e o câmbio (que atingiu R$/US$ 5,50 no início do ano) e a importação de produtos típicos ou matérias-primas. O Brasil é um dos maiores produtores do mundo de cacau, matéria-prima do chocolate. Por pesar mais para a indústria nacional, os itens chegam mais caros para o consumidor; a mesma coisa com o bacalhau.
“Para se ter uma ideia, a balança comercial da indústria do chocolate no país se manteve praticamente estável no primeiro trimestre dos últimos quatro anos, de 2019 a 2022, inclusive com saldo positivo de US$ 1,59 milhões este ano. Na balança comercial do bacalhau, no qual o Brasil é basicamente importador, o valor da importação supera US$ 50 milhões no primeiro trimestre, mas caiu 14,5% em relação ao mesmo período de 2021, quando já havia recuado 17% em relação ao ano anterior”, pontua Ademilson.
Da Folha de PE / Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil