Além disso, o resultado também recorde para o mês, expressando o maior percentual de famílias endividadas em final de primeiro trimestre desde que a PEIC é realizada pela CNC. Antes, o maior percentual para março foi registrado em 2011, com 81,4%.
Outro índice que registrou seu pior desempenho para o mês de março na série histórica foi o percentual de famílias com contas em atraso, 33,3%. Antes, a pior marca para o mês havia ocorrido em 2020, com 31,0%. Já o percentual de famílias sem condições de pagar as contas em atraso permaneceu estagnado em 17,3% em março.
Na avaliação da Fecomércio-PE, na atual conjuntura em que se acompanha um aumento ininterrupto dos preços, com percentuais acima de meio ponto por mês, além de uma taxa básica de juros ascendente, se aproximando de 12% ao ano, a ascensão do endividamento no estado é preocupante.
De acordo com o Banco Central, o saldo da carteira de operações de crédito às pessoas físicas no sistema financeiro nacional (SFN) cresceu 22,2% em Pernambuco entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022. O número representa o maior aumento nessa base de comparação, desde 2011, quando o crescimento foi de 26,1%. No Brasil, o crescimento do saldo das operações entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022 foi praticamente o mesmo (21,6%).
O peso relevante do cartão de crédito sobre as operações evidencia o perfil de endividamento das famílias, tanto no Brasil quanto no estado. Esse tipo de dívida aparece como o mais citado pelas famílias na pesquisa da CNC em Pernambuco: 94,4%. Enquanto apenas 26,8% lembram a presença dos carnês e dos 11,2% que mencionam o cheque especial. Mais abaixo, aparecem o crédito pessoal e o financiamento de carro, respectivamente, citados por 5,9% e 5,5% das famílias.
Em março, a parcela média da renda comprometida com as dívidas registrou estabilidade, embora elevada, ficando em 30,6%, praticamente o mesmo patamar de fevereiro (30,7%). Esse número está 1,9 ponto percentual acima do registrado em março do ano passado, quando era de 28,7%. Também se registrou estabilidade no tempo médio de comprometimento com as dívidas, que ficou em 7,6 meses.
Por: Diario de Pernambuco / Arquivo/Agência Brasil