Apesar da alta, o volume movimentado ainda será 5,7% abaixo do alcançado antes do início da crise sanitária em 2019 (R$ 2,29 bilhões). Sob os impactos da pandemia, em 2020, o varejo registrou o menor volume de vendas (R$ 1,67 bilhão) em uma década. Com o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas de circulação de consumidores, o comércio conseguiu se recuperar parcialmente de lá pra cá.
Um importante indicativo da expectativa do varejo para essa data costuma ser o volume de produtos típicos importados. De acordo com registros da Secretaria de Comércio Exterior apurados pela CNC, a quantidade importada de chocolates, por exemplo, neste ano (1,43 mil toneladas), avançou 8% em relação ao ano passado, não conseguindo, porém, igualar as compras de 2019 (1,87 mil toneladas).
Já o bacalhau, outro produto tipicamente comprado no exterior nesta época do ano, apresentou recuo de 17% nas quantidades importadas frente à Páscoa de 2021.
EFEITO DO CÂMBIO
A valorização do real também impactou a quantidade importada do principal produto na Páscoa. A taxa de câmbio, que às vésperas da festa cristã de 2021 estava em R$ 5,70 por US$ 1, atualmente se encontra próxima aos R$ 5 por dólar – um recuo de mais de 12% em relação ao ano passado.
A queda nas importações de bacalhau, na contramão do aumento das quantidades importadas de produtos à base de chocolate, é um indício de que o varejo está apostando na melhor saída de produtos mais baratos a partir da aceleração dos índices gerais de preços.
A cesta de bens e serviços, composta por oito itens, revela que praticamente todos devem estar mais caros que na Páscoa passada.
Na média, para um IPCA-15 na casa de 10,5%, os itens relacionados a essa data deverão estar 7% mais caros que no mesmo período de 2021 – maior alta desde 2016 (+10,3%).
PORTFÓLIO
O diretor comercial do Supermercados BH, Bruno Santos, acredita em crescimento de vendas, embora com diferença em relação aos produtos típicos desta data. “Com a pandemia afetando menos a vida do brasileiro, entendemos que em 2022 a Páscoa terá um novo significado, promovendo a retomada dos encontros sociais e familiares. A expectativa é de crescimento com a venda de produtos sazonais para preparo de alimentos, como o bacalhau”.
Porém, os ovos de Páscoa não devem acompanhar essa tendência. “As indústrias, a cada ano, estão diversificando o portfólio de produtos, ampliando os itens presenteáveis de barra, caixas e embalagens jumbo, justamente por serem de maior custo/benefício para o cliente e reduzindo os investimentos nos ovos de Páscoa”.
Por: Estado de Minas / (Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)