segunda-feira, 4 de julho de 2022

96 das 100 cidades com maior impacto do Auxílio Brasil ficam no Nordeste

O impacto do Auxílio Brasil nos municípios brasileiros chega a 42% do PIB. Esses são alguns resultados do estudo que desenvolvi usando os dados divulgados pelo Ministério da Cidadania e do PIB dos municípios do IBGE.

 

No município de Serrano do Maranhão, o impacto chega próximo dos 42%. Dos 10 municípios com maior impacto, 7 estão no Maranhão. o Auxílio Brasil equivale a 10% ou mais do PIB para 648 cidades brasileiras – 597 delas no Nordeste. O menor impacto fica naqueles da região Sul. Cumaru é o município pernambucano com maior impacto, chegando a 25% do PIB de 2021.

 

Nos estados, os maiores impactos são no Maranhão e Piauí, com quase 6% do seu PIB. Dos 10 estados com os maiores efeitos, oito estão no Nordeste - apenas o Rio Grande do Norte ficou de fora. Entraram ainda Acre e Pará, no Norte do país. O impacto médio do Auxílio Brasil deve ser de 1,3% do PIB nacional de 2021. Pernambuco terá um impacto de 3,89% do seu PIB de 2021.

 

O percentual vai ser maior justamente onde há o maior número de beneficiários em relação ao tamanho do município e da economia. Em geral, os municípios mais pobres têm uma necessidade maior de auxílio porque têm uma população mais pobre. Alguns estados, como Pernambuco, têm mais de 50% da sua população na condição de pobreza.

 

O estudo usou dados do PIB de 2019 dos municípios (último disponível no IBGE) e depois inflacionados para 2020 e 2021. Com relação ao Auxílio Brasil, usou os dados disponíveis no Ministério da Cidadania de janeiro a maio e então foi projetado o valor para os meses de junho a dezembro com a elevação do Auxílio Brasil para R$ 600,00. Esse aumento foi aprovado na PEC dos Combustíveis e irá representar uma elevação aproximada de R$ 22 Bilhões nas despesas do Governo Federal em 2021 com o Auxílio Brasil, chegando a um valor acima de R$ 110 Bilhões.

 

O Auxílio Brasil tem um impacto significativo por ser um programa de transferência de renda direta,
sem nenhuma contrapartida que possa atrapalhar a chegada dos recursos na ponta. O efeito será pulverizado e multiplicador, principalmente nas indústrias de alimentos e bebidas e materiais de construção, que representam os principais itens de consumo da população mais pobre.

 

Confira a coluna completa de @eciocosta no site.


Do Diario de Pernambuco