De acordo com Paulo Mota, coordenador da Cooperativa de Feijão, que reúne 700 produtores de nove municípios, o prejuízo ainda está sendo calculado. No município de São João, principal produtor do estado, a prefeitura está realizando um levantamento para detalhar a situação e encontrar medidas para auxiliar os produtores.
Na cidade, onde são cultivadas espécies como o feijão preto, carioca, bico de ouro, mulatinho, enxofre, rosinha, entre outros tipos, a expectativa era de que a colheita aumentasse 10% neste ano. Agora, a espera é para descobrir a condição dos produtos restantes. “Nós só vamos saber a situação dos 20% que sobraram na hora da colheita, mas as expectativas são baixas. O trabalho já deve iniciar no mês de agosto, não vamos ter tempo para recuperar”, afirmou.
A agricultora Patrícia Caetano Barreto, de 44 anos, conta que perdeu toda a plantação que possuía na propriedade da família. "Aqui na minha roça foi perda total. Alagou tudo. E o pedaço que ficou foi com feijão amarelado. Muita valeta na roça", lamentou.
Agora, o Sindicato de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de São João e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape) estão acompanhado a situação das famílias que, além das lavouras destruídas pelo volume de chuvas na região, ainda enfrentam outros problemas como pontes destruídas, ruas alagadas, perdas de móveis e imóveis.
A diretora de Organização e Formação e do Polo Sindical do Agreste Meridional, Jenusi Marques, acompanhou realizou uma visita aos municípios prejudicados com as chuvas. “É preocupante a situação da agricultura familiar nos municípios atingidos pelas fortes chuvas, em especial o município de São João, que é um dos maiores produtores de feijão do estado. Em visita às comunidades, presenciamos roçados totalmente encharcados, plantios amarelados e agricultores e agricultoras preocupados com tantos prejuízos", observou a diretora.
Do Diario de Pernambuco - Cortesia/Fetape