O PIB brasileiro poderia ser 2,5 vezes maior se as crianças brasileiras desenvolvessem suas habilidades ao máximo. Quanto mais cedo o investimento em educação, maior o retorno, chegando a 7 vezes o valor investido, segundo o ganhador do prêmio Nobel de economia, James Heckman.
O capital humano é o acumulado de conhecimentos e habilidades que o indivíduo adquire ao longo da sua vida. Essas habilidades determinam quais oportunidades de trabalho e renda se mostrarão disponíveis à pessoa e impactam a produtividade e a capacidade de gerar riqueza do país.
O Banco Mundial desenvolveu o ICH – Índice de Capital Humano baseado em 3 indicadores: taxas de mortalidade e déficit de crescimento infantil; anos esperados de escolaridade e resultados de aprendizagem; e taxa de sobrevivência dos adultos. O índice vai de 0 a 1.
O Brasil tem um ICH de 0,60. O país está abaixo de países desenvolvidos como Japão (0,81) e Estados Unidos (0,70) e de pares como Chile (0,65) e México (0,61), mas acima de outros países em desenvolvimento mais pobres como Índia (0,49), África do Sul (0,43) e Angola (0,36).Serão necessários 60 anos para atingir o nível de capital humano dos países desenvolvidos
Mas a disparidade dentro do país é ainda pior. Por regiões, o ICH do Norte e do Nordesteé de 0,56 e 0,57, respectivamente, enquanto para Sul, Centro-Oeste e Sudeste variava de 0,61 a 0,62.A desigualdade também acontece dentro dos estados e entre raças e gênero, mesmo tendo melhorado ao longo do tempo. Para uma criança branca a produtividade esperada é de 63% do seu potencial, comparado a 56% para uma criança negra e 52% para uma indígena. Já entre gênero, as mulheres chegam aos 18 anos com potencial acima dos homens. Elas têm um ICH de 60% contra 53% para os homens.
Do Diario de Pernambuco (Por Ecio Costa)