De acordo com o recorte local feito pela Fecomércio-PE, essa é a terceira queda consecutiva do índice que é utilizado para acompanhar o nível de comprometimento dos consumidores com dívidas no estado. Em março, o percentual era de 83%, recuando ligeiramente para 82,8% em abril e caindo novamente para 80,8% em maio, até atingir 78,6% em junho.
Entre as famílias endividadas, 17,9% se declaram como muito endividadas, percentual que representa uma queda com relação ao mês anterior, quando o resultado ficou em 19,3%. Já as famílias que declaram não possuir dívidas comprometendo o orçamento mensal passou de 19,2% em maio para 21,4% em junho. Enquanto isso, os percentuais de famílias que se declararam moderadamente endividadas, bem como daquelas que se consideram pouco endividadas reduziram levemente, ficando em 33,8% e 26,9%, respectivamente.
Entre as famílias endividadas, o tempo médio de comprometimento com as dívidas e a parcela média da renda comprometida com as dívidas ficaram entre os meses de maio para junho: 7,8 meses e 30,1%.
Os resultados da PEIC em junho também apontaram, mais uma vez, redução no percentual de famílias que declaram possuir contas em atraso. Em março, a proporção era de 33,3%, caindo para 32,0 em abril, depois 30,2% em maio e 28,4% em junho. Já o percentual de famílias sem condições de pagar as contas em atraso também seguiu recuando no último mês, saindo de 17,3% em março e chegou a 14,9% em junho.
Na avaliação da Fecomércio-PE, a evolução observada ao longo do segundo trimestre sugere que a queda no percentual de famílias endividadas tem estreita relação com o esforço daquelas com contas em atraso em quitar esses débitos. Esse movimento, segundo a CNC, vem sendo possível em função do avanço do mercado de trabalho formal no segundo trimestre e também às medidas de suporte à renda, como o aumento do valor do programa Auxílio Brasil em relação ao Bolsa Família, bem como a liberação dos saques extraordinários do FGTS, cujo calendário completo foi realizado até junho.
Dessa forma, as famílias vêm priorizando quitar os débitos em atraso, além de reduzir a demanda pelo crédito livre, o que vem levando o cartão de crédito e o cheque especial a registrarem queda na citação dos componentes da dívida entre as famílias. Em junho de 2021, 95,4% das famílias citavam o cartão de crédito, percentual que caiu para 91,4 em junho de 2022. No caso do cheque especial, a evolução foi de 13,5% para 8,6%.
Do Diario de Pernambuco / Foto: Reprodução/Pixabay