A economista do Dieese Mariel Angeli Lopes reconhece que é impossível elevar, de uma vez só, o valor atual para o que seria ideal, mas defende que o piso salarial seja revisto e corrigido acima da inflação. "A gente está em uma situação de carestia elevada. Então o trabalhador acaba sendo duplamente afetado. Ele tanto sofre com os custos e os preços altos dos alimentos, principalmente, mas também com um salário baixo, que não vem crescendo de modo expressivo nos últimos anos", apontou.
Para resolver o problema em um curto prazo, a economista sugere a definição de uma política pública para tentar controlar os preços de alimentos básicos. Segundo ela, seria diferente do que foi feito nos anos 1980, com o tabelamento de preços no governo de José Sarney — que não deu certo, desorganizou a economia e provocou desabastecimento —, mas algo que promovesse a redução de custos sem aumentar os riscos para a economia no futuro.
Prioridade
"A gente observa que isso não é uma política pública, isso não é uma prioridade do governo. Então, acaba que fica muito difícil ter uma diminuição dos preços quando não há uma política nacional direcionada para isso. O trabalhador sofre duplamente. Não tem política de valorização do salário mínimo, ao mesmo tempo em que o preço dos alimentos sobe bastante", afirmou.
Por: Correio Braziliense - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil