A deflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começa a surtir efeitos. Levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que o consumo nos lares brasileiros acumulou alta de 2,84% entre os meses de janeiro a setembro deste ano.
Em relação a agosto, setembro registrou aumento de 0,39%, com o consumo nos lares tendo sido influenciado pela queda nos preços dos alimentos. Na comparação com mesmo período de 2021, a alta é de 11,19%.
“A tendência é um consumo mais consistente nos próximos meses, puxado principalmente pelo aumento do consumo de proteínas e outros itens que voltaram a fazer parte da cesta de abastecimento dos consumidores diante da deflação registrada nos últimos três meses”, analisa o vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan.
Entre os fatores que impulsionaram o consumo nos primeiros nove meses do ano estão a antecipação de recursos, como o 13º salário de aposentados e pensionistas, a liberação do saque extraordinário do Fundo de Garantia e a manutenção do Auxílio Brasil, além da retomada do emprego formal.
A expectativa é de que datas importantes do calendário do comércio incentivem ainda mais o consumo, como a primeira edição do Dia dos Supermercados, celebrado em 12 de novembro, bem como a Copa do Mundo, a Black Friday e as festas de fim de ano.
Queda nos preços dos alimentos
Já o Abrasmercado, indicador que mede a variação de preços nos supermercados, confirma a deflação no preço dos alimentos registrada pelos indicadores oficiais do IBGE. O preço médio da cesta Abrasmercado passou de R$ 745,03 em setembro para R$ 743,75 em outubro. No terceiro trimestre, o preços dos alimentos nos supermercados recuou -9,89% e registrou, em outubro, queda de -2,26% no preço dos gêneros alimentícios na cesta composta exclusivamente por alimentos.
Compõem a cesta básica de produtor pesquisada: leite longa vida (-9,91%), óleo de soja (-3,71%), feijão (-3,43%), carne (-0,93%), açúcar (-0,83%), arroz (-0,53%). O preço médio da cesta passou de R$ 326,96 em setembro para R$ 319,57 em outubro.
Além disso, a redução de preços atingiu ainda outros itens, como alimentos perecíveis, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza. Esta é a terceira queda consecutiva verificada este ano.
Outras quedas foram puxadas pela desaceleração dos preços das proteínas, dentre elas pernil (-0,94%) e corte dianteiro (-0,93%).
As maiores altas foram verificadas no preço da batata (20,11%), do tomate (6,25%), da cebola (5,86%), da farinha de mandioca (4,08%), do sabão em pó (2,42%) e do sal (2,28%).
Cestas regionais
Na análise regional do desempenho das cestas, a região Sul apresentou a maior queda (-0,39%) passando de R$ 850,00 em setembro para 846,65 em outubro. A região tem a cesta mais cara do país. As variações de preços nas demais regiões foram: Sudeste (-0,38%), Centro-Oeste(-0,26%) e Nordeste (-0,09%).
Na contramão das quedas, a cesta do Norte brasileiro registrou alta de 0,40%. Na região, o valor da cesta passou de R$ 818,05 em setembro para R$ 821,32, em outubro.
Por: Correio Braziliense