Após registrar trajetória decrescente entre os anos de 2014 a 2018, o endividamento do estado vem avançando de forma significativa desde 2019. Nos últimos quatro anos, saindo de 64,6% em 2018 para o patamar histórico de 81% em 2022.
Outro desempenho negativo é com relação a proporção de inadimplentes. Assim como no Brasil, o estado possui a marca de 3 em cada 10 famílias na situação, patamar que se mantém desde o ano de 2020 e impacta especialmente a perspectiva de consumo entre as famílias de renda mais baixa, com até dois salários mínimos mensais.
De acordo com a Fecomércio-PE, a tendência ao endividamento e inadimplência ainda reflete o período mais grave da pandemia. Desde então, a trajetória foi de queda na renda do trabalho, compensada de forma descontinuada pelo auxílio emergencial, seguida de uma maior busca por crédito, seja para compor a renda emergencial ou para iniciativas empreendedoras dos que perderam o trabalho.
Em Pernambuco, assim como no país, o avanço persistente dos preços em itens de despesa doméstica mais essenciais, aos quais as famílias de baixa renda são mais sensíveis, como alimentos (+13,23% no ano), materiais de higiene ( 16,69%) e limpeza ( 19,49%) e produtos farmacêuticos ( 13,52%), pressionaram fortemente o orçamento e afetaram a capacidade de honrar compromissos financeiros.
No estado, outro índice é considerado alarmante. Entre as famílias que possuem contas em atraso, 15,2% afirmaram não ter condições de realizar o pagamento das pendências. O número é superior à média nacional, que chegou a 10,7% em 2022.
Do Diario de Pernambuco | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil