Já o Brasil alcançou um PIB de R$ 9,9 trilhões no ano passado, o que significou um avanço de 2,9%. Os dados foram informados nesta quinta-feira (9) pela a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – Condepe/Fidem, em entrevista coletiva. Ainda não há disposição geral dos resultados de todo o Nordeste. De acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o PIB da Bahia foi de R$ 401 bilhões, um crescimento de 2,6%, mais parecido com o País. Na gestão da governadora Raquel Lyra, a Condepe está subordinada agora à Secretaria estadual de Planejamento, comandada por Fabrício Marques.
Em Pernambuco, de janeiro a dezembro, os setores da agropecuária (6,8) e serviços (1,2%) tiveram resultados positivos e a indústria (-2,3%) gerou resultados negativos. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.
De acordo com o coordenador de trabalho do PIB, Maurílio Lima, a estimativa é que o produto interno bruto do Estado cresça de 2% a 2,5% este ano, mesmo não tendo atingido 0,9% estimado em 2022. Ele explica que, para isto acontecer, alguns fatores precisam estar casados, como o fortalecimento da indústria civil e automobilística, a estimulação do setor imobiliário, o crescimento da agropecuária, com maiores desempenhos da bovinocultura, com a chegada da Masterboi, e a reação do setor avícola, no qual Pernambuco se destaca.
Maurílio Lima observa que, como a refinaria deve lançar nova linha de produção e o estaleiro está retomando as atividades, o cenário pernambucano deve melhorar em 2023. “Nós esperamos que as políticas públicas nacionais e locais sejam indutoras de um maior crescimento da economia e dos empregos. A retomada para Pernambuco também depende da retomada das grandes obras, da política nacional para melhorar toda a cadeia produtiva no País e faça com que as indústrias entrem num processo de crescimento”, declarou.
INDÚSTRIA - Em 2022, a indústria pernambucana teve um recuo de -2,6%, com maiores retrações na produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana (-11,4%), bem como na construção civil (-3,5%). O resultado positivo no setor foi na indústria de transformação, que cresceu 0,6%.
Quando se fala em distribuição de eletricidade, contudo, é preciso explicar o contexto. A indústria pernambucana enfrentou um movimento diferente do que houve na da Bahia no ano passado. Mas, antes, é preciso voltar a 2021. Naquele ano, devido a uma crise hídrica nos estados, Pernambuco passou a consumir mais energia térmica. Tal energia é produzida no Estado, enquanto a hídrica é mais produzida pela Bahia e por Sergipe. Com a volta das chuvas, Pernambuco voltou a consumir novamente energia hídrica dos dois estados nordestinos mencionados, ou seja. “Deixamos de produzir energia térmica e voltamos a importar a hídrica”, pontuou Maurílio.
SERVIÇOS - No acumulado do ano, de janeiro a dezembro, o setor de serviços cresceu 1,2%, com destaques para administração, saúde e educação públicas (2,3%), atividades imobiliárias e aluguéis (1,6%) outros serviços (0,5%)
AGROPECUÁRIA - A agropecuária teve um crescimento total de 6,8%. As lavouras temporárias, como mandioca, feijão, milho, melancia, melão e batata doce responderam, por 18,5%. No tocante às lavouras permanentes, com um avanço de 0,6%, o destaque foi para café, banana, castanha-de-caju, maracujá, goiaba, uva e coco-da-baía. A pecuária caiu 1,5%, incluindo a produção de ovos e aves (-).
DESEMPREGO - Em Pernambuco, o desemprego influencia o resultado das rendas e impacta também no setor terciário, o de serviços, mas a taxa de informalidade caiu no ano passado e a taxa de desocupação saiu de 17,2% para 15,2%, o que mostra uma reação do estado.
Da Folha de Pernambuco / Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco