terça-feira, 9 de maio de 2023

Inadimplência em Pernambuco atinge mais de 80% das famílias

Elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), revelou que, em Pernambuco, 81,7% das famílias estão endividadas. No Brasil, o patamar é ligeiramente menor, 78,3%. De acordo com um recorte realizado pela Fecomércio-PE, durante o mês de abril, o número de endividados caiu 2,3% no comparativo com o mês de março. 


No estado, 426.897 pessoas estão endividadas. Aqueles com dívidas em atraso já somam 32,8% do total, representando 171.319 inadimplentes, número que vem aumentando nos últimos quatro meses, sobretudo na classe de renda familiar limitada a 10 salários mínimos, em que o total de inadimplentes sobe para 35,4%.


Para a Fecomércio Pernambuco, o alto número de endividados pode ser explicado pelo aumento no desemprego em abril, o que compromete a renda das pessoas. Segundo a PNAD Contínua do IBGE, a taxa de desemprego, no trimestre de janeiro a março, avançou para 8,8%, o que representa uma alta de 0,9 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. 


Segundo a PEIC/CNC, o principal tipo de endividamento é aquele contraído junto ao cartão de crédito (93,8% dos endividados), haja vista a disponibilidade de um valor pré-aprovado para rápida efetuação de compras. Além disso, a ampla aceitabilidade dos cartões de crédito institui uma tendência de maior uso entre os consumidores, notadamente para gastos de maior valor.


Já o tempo médio de atraso nos pagamentos das dívidas em Pernambuco é de 59 dias, enquanto no Brasil é de 63 dias. Cerca de 32,3% dos entrevistados relataram ter o tempo de comprometimento das dívidas entre 3 e 6 meses. 


Outro aspecto relevante é o efeito da inflação. Os dados do IPCA mostram que há uma expectativa de queda para o mês de abril, o que poderá contribuir para o aumento do poder de compra dos consumidores. O economista da Fecomércio, Rafael Lima, destaca que “de um lado, a inflação tem o potencial de corroer o poder de compra das famílias, principalmente da população de baixa renda, razão pela qual deve-se evitá-la. De outro lado, a taxa de juros básica ocasiona restrições à redução do endividamento”, observou.


Por Diario de Pernambuco |  (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)