A atual política de preços da Petrobras é a política de paridade de importação (PPI), criada durante o governo Michel Temer. Ela basicamente alinha os preços locais ao dólar e ao barril de petróleo comercializado no mercado externo.
Durante toda a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu acabar com essa regra. Em entrevista ao Globo na semana passada, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, havia afirmado que a definição de valores dos combustíveis levaria em conta custos regionais e o cliente.
Reajustes não terão periodicidade definida
No comunicado divulgado hoje, a Petrobras disse que "a estratégia comercial usa referências de mercado como o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação o valor marginal para a Petrobras".
Ainda segundo a nota, o custo alternativo do cliente contempla "as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino".
De acordo com a estatal, os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, "evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".
As decisões relativas à estratégia comercial continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo Presidente da companhia, o Diretor Executivo de Logística, Comercialização e Mercados e o Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
A estratégia comercial está alinhada com a Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno (Diretriz) aprovada pelo Conselho de Administração em 27 de julho de 2022.
A estratégia comercial tem como premissa preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes.
Essa estratégia permite a Petrobras competir de forma mais eficiente, levando em consideração a sua participação no mercado, para otimização dos seus ativos de refino, e a rentabilidade de maneira sustentável.
Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.
Por Agência o Globo | Foto: Erik Mclean / Pexels