Estudantes do SENAI-PE apresentam coleções na Passarela Fenearte

O talento de estudantes do SENAI Pernambuco irá brilhar na Passarela Fenearte – um espaço dedicado à produção de moda local, com destaque também para profissionais em formação. Desta vez, serão apresentadas coleções produzidas por alunos do curso Técnico em Vestuário das unidades de Caruaru e de Paulista, que deram vida às suas peças inspirando-se na temática deste ano da maior feira de artesanato da América Latina: Loiceiros de Pernambuco – Arte da Terra, Poesia das Mãos. No dia 11 de julho, às 20h, os estudantes do SENAI Caruaru apresentam a coleção Do barro à flor. Já no dia seguinte, no mesmo horário, será a vez dos alunos do SENAI Paulista, com a coleção Raízes.

Na escola de Paulista, a coleção, que vem sendo produzida desde o fim de maio, traz peças de alfaiataria em tecidos com, no mínimo, 70% de fibras naturais para a passarela. As roupas foram desenhadas pela docente Laice Carla de Oliveira, com o apoio das estudantes, que se dedicaram, principalmente, à modelagem, corte e confecção das peças e dos acessórios. Para isso, as 11 alunas da turma foram divididas em equipes. “Trabalhamos as competências da unidade curricular de Desenvolvimento de Projeto e colocamos em prática conhecimentos que foram aprendidos durante o curso, como cronograma e controle de qualidade”, explica Laice.

Como não poderia deixar de ser, a coleção também agrega trabalhos manuais, enfatizando a questão do artesanato. Aplicações feitas com materiais como sisal, juta e cordão de algodão cru, por exemplo, fazem parte das peças. A homenagem aos loiceiros, artesãos que atuam com cerâmica, também está presente na coleção Raízes. “Conseguimos uma parceria com o mestre Vando Carvalho, loiceiro de Olinda, que se prontificou a ensinar nossas alunas a trabalharem com o barro. A partir daí, produzimos botões com esse material e incorporamos aos nossos looks”, ressalta a docente.

Já no SENAI Caruaru, a inspiração para a coleção Do barro à flor veio de bem pertinho, do Alto do Moura, espaço conhecido como o maior centro de Artes Figurativas das Américas e, especialmente, como a terra do Mestre Vitalino. Em uma pesquisa de campo desenvolvida no local, os estudantes conheceram a história da artesã Arliene da Silva Santos, que deixou a estabilidade do emprego em um escritório para se dedicar à arte do barro. “A artesã tem uma identidade muito particular nas suas obras, trazendo a atmosfera feminina através de flores de diferentes tipos”, pontua a docente Daniella Gonçalves, que coordenou os trabalhos de produção com o docente Claudionor Nascimento.

O processo de produção da coleção, que também conta com peças de alfaiataria, foi inserido no contexto do trabalho de conclusão de curso, momento em que os alunos precisam desenvolver produtos de vestuário. “As peças possuem babados que fazem analogia ao barro moldável antes do momento do cozimento. A paleta de cores remete ao processo alquímico do barro, recebendo nomes como argila crua, terra fria, rosa botão e branco porcelana, em alusão ao processo produtivo das peças de cerâmica de Arliene”, finaliza Daniella.

Da ASCOM