sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Índice de Intenção de Consumo das Famílias de Pernambuco cresce 2% acima da média nacional, aponta Fecomércio

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela CNC, apresentou variação de 1,8%, no Brasil, entre julho e agosto. A pesquisa recebeu um corte local feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco, Fecomércio-PE, que demonstrou um crescimento de 2%, acima do nacional. No estado, há indícios de melhora associados à avaliação do emprego, perspectiva profissional, nível de consumo atual, perspectiva de consumo e momento para duráveis.


Em relação ao emprego, 23% dos pernambucanos sentem-se mais seguros relativamente à situação vigente no ano passado; 37,7% daqueles com renda superior a 10 salários-mínimos acompanham essa afirmação; e 34,8% dos entrevistados com até 10 salários-mínimos sentem-se em condições semelhantes. A perspectiva profissional continua bem dividida entre aqueles que acreditam numa melhora profissional (37,6%), numa piora profissional (34,5%) e aqueles que não sabem opinar (28%). Nota-se que a população com renda mais elevada está mais satisfeita em relação ao emprego, haja vista 52,7% acreditarem ter boas perspectivas profissionais.



Entre a população geral, houve um sentimento de recuo em relação à renda. É importante destacar o registro dessa percepção entre a população de menor renda, estrato no qual 21,4% da população indicaram uma depreciação em sua situação financeira, em comparação ao ano passado.


O mesmo pode ser dito quanto ao acesso ao crédito. Para 44,1% da população com renda acima de 10 salários-mínimos, o acesso ao crédito ficou mais fácil quando cotejado a igual mês de 2022. Enquanto isso, para 29,5% da população de renda mais baixa há uma percepção de que o acesso ao crédito ficou mais difícil. Essa disparidade evidencia uma diferenciação entre pessoas com distintas faixas de rendimento. Tanto é assim que, em relação ao nível de consumo, a pesquisa revelou que 45,9% das famílias com renda até 10 salários-mínimos estão comprando menos quando comparado ao ano passado, enquanto 42,3% da população que recebe acima de 10 salários-mínimos indicaram que estão comprando mais que no ano passado.


Em Pernambuco, 36,4% das famílias com renda até 10 salários-mínimos indicaram um consumo menor que no ano passado, enquanto 49,5% das famílias com renda superior a 10 salários-mínimos têm a expectativa de que o consumo se mantenha igual neste ano. A perspectiva de consumo revela não apenas os impactos da desigualdade de renda no Estado, mas também antecipa um cenário desafiador para as empresas do setor de comércio e serviços.


Para 51,1% dos pesquisados, este é um mau momento para compra de bens duráveis (televisão, geladeira, fogão etc.). Na faixa de renda mais baixa, é levemente maior essa insatisfação, com 52,6% corroborando a afirmação anterior. Enquanto isso, na faixa de renda mais elevada, 50,5% avaliam que a circunstância é favorável para a aquisição de duráveis. A insatisfação da parcela menos favorecida da população com a aquisição de bens duráveis está diretamente relacionada às dificuldades de obter crédito, devido às taxas de juros elevadas e à situação em que uma parte considerável de sua renda é destinada ao pagamento de dívidas.


Por: Diario de Pernambuco | Foto:Valter Campanato/Agência Brasil