A arrecadação das receitas federais atingiu R$ 172.785 milhões em agosto, representando um decréscimo real (corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) de 4,14% em comparação ao mesmo mês em 2022. No acumulado de janeiro a agosto de 2023, a arrecadação totalizou R$ 1.517.585 milhões uma queda real de 0,83%. As informações constam da “Análise da Arrecadação das das Receitas Federais de Agosto de 2023”, divulgada nesta quinta-feira (21/9) pela Receita Federal do Brasil (RFB), em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias – que participou da entrevista ao lado do coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide –, ressaltou que o resultado da arrecadação registrado em agosto “não significa desaceleração da atividade econômica”. Malaquias explicou que o aumento da utilização de direitos creditórios de PIS e Cofins pelas empresas (compensações tributárias) e a queda do preço das commodities (principalmente petróleo e minério de ferro), entre outros fatores, contribuíram para o resultado do mês. “Isso afeta a arrecadação bruta”, salientou.
As receitas administradas pela RFB totalizaram, em agosto deste ano, R$ 167.036 milhões, representando um decréscimo real de 3,33% em comparação a agosto de 2022. No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, a arrecadação de receitas administradas alcançou R$ 1.443.004 milhões registrando aumento real de 0,69% em relação ao mesmo período do ano passado.
Destaques do mês
O Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) totalizaram arrecadação de R$ 28.505 milhões um decréscimo real de 23,30%. Esse resultado é explicado pelo decréscimo real de 33,25% na arrecadação da estimativa mensal. A Receita Federal ressaltou na análise que, em agosto de 2022, houve pagamentos atípicos da ordem de R$ 5 bilhões.
O Imposto de Importação e o IPI Vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 6.756 bilhões, com redução real de 16,64%, resultado explicado pela redução de 17,90% no valor em dólar (volume) das importações e de 4,66% na taxa média de câmbio. O PIS/Pasep e a Cofins tiveram, no conjunto, uma arrecadação de R4 36.537 bilhões, o que significou um crescimento real de 6,08% em relação a agosto de 2022, desempenho explicado pela combinação de fatores como aumentos reais de 6,60% no volume de vendas e de 3,50% no volume de serviços. As outras receitas administradas pela Receita Federal registraram arrecadação de R$ 4.517 bilhões, um acréscimo real de 51,19% decorrente, sobretudo, da arrecadação do programa de redução de litigiosidade (R$ 861 milhões) e do imposto de exportação incidente sobre as exportações de óleo bruto (R$ 827 milhões).
Destaques de janeiro-agosto
A Receita Previdenciária totalizou uma arrecadação de R$ 387.132 bilhões, um crescimento real de 6,16%, desempenho explicado pelo crescimento real de 8,81% da massa salarial. Além disso – aponta a análise da Receita – ocorreu crescimento de 36% nas compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18.
O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) – Rendimentos de Capital apresentou uma arrecadação de R$ 73.538 bilhões, resultando em um crescimento real de 25,50%, decorrente dos acréscimos nominais de 59,07% na arrecadação sobre Aplicação de Renda Fixa (PF e PJ), de 16,49% na arrecadação sobre Fundos de Renda Fixa e de 32,90% referente a Juros sobre Capital Próprio. Já o IRRF - Rendimentos do Trabalho teve uma arrecadação de R$ 127.803 bilhões, representando um crescimento real de 5,56%, resultado de acréscimos reais na arrecadação sobre Rendimentos do Trabalho Assalariado (+7,28%) e Participação nos Lucros ou Resultados – PLR (+14,57%), combinados com o decréscimo na arrecadação sobre Aposentadoria do Regime Geral ou do Servidor Público (-6,38%).