A exportação de soja do Brasil registrou um crescimento expressivo nos últimos 10 anos, de acordo com um levantamento realizado pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base nos dados do Ministério da Economia. Os dados revelam que, em 2012, o país exportava US$ 17,4 bilhões em soja, e que esse número saltou para US$ 46,6 bilhões em 2022, praticamente triplicando o valor em apenas uma década.
Com um salto no crescimento de 20% na exportação de soja somente de 2021 para 2022, esse setor demonstra uma relevância crescente para a balança comercial do Brasil. Em 2012, a soja representava apenas 7,3% das importações totais do país, enquanto em 2022, ela já corresponde a 14% das exportações nacionais, praticamente o dobro do que representava há dez anos.
Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, pontua que o agronegócio brasileiro sempre foi um dos motores de crescimento do comércio exterior nacional, mas que “a demanda mundial por alimentos, especialmente pela soja, largamente utilizada na ração de bovinos e suínos, tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, o que ajuda a explicar o crescimento da venda desse produto”.
“Para atender a essa demanda crescente, produtores nacionais destinaram grandes investimentos à ampliação da produção de soja ao longo dos últimos anos, atentos, principalmente, ao mercado chinês, principal destino das exportações”, prossegue.
Participação
O principal destino das exportações brasileiras de soja ainda é a China, que, em 2022, respondeu por quase 72% das compras. No total, o país importou US$ 31,8 bilhões em 2022, sendo seguido por Espanha (US$ 1,9 bilhão), Tailândia (US$ 1,7 bilhão), Irã (US$ 1,4 bilhão) e Holanda (US$ 1,1 bilhão), que completam o top 5.
Apesar da relevância e crescimento deste segmento da indústria, pondera Baltieri, o Brasil precisa diversificar a pauta de exportação nacional. “Embora o crescimento nas exportações de soja seja um fator positivo, é fundamental que o Brasil busque a diversificação de seus produtos no mercado internacional. Temos potencial para avançar para além da venda de commodities, como na indústria da transformação”, afirma.
“Com investimentos em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, podemos agregar valor aos nossos produtos e conquistar mercados mais lucrativos, além de conseguir maiores valores por nossos produtos. Isso trará benefícios para a economia brasileira, gerando empregos qualificados e impulsionando o crescimento sustentável. É fundamental buscar uma posição sólida e equilibrada em nossas exportações que comporte todos os setores adequadamente”, prossegue.
Por: Fernanda Strickland - Correio Braziliense | Foto: CNA/Divulgação