Em agosto, 432 mil pernambucanos possuíam dívidas com cartão de crédito, financiamentos, carnês, crédito pessoal, entre outros
Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), calculada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que recebeu um recorte local pela federação. A análise ainda mostra que os tipos de dívidas mais frequentes entre as famílias pernambucanas de menor renda são o cartão de crédito (94,3%), seguido por carnês (28,6%) e crédito pessoal (6,6%).
Essas obrigações financeiras podem ser empregadas para uma variedade de propósitos, como quitar despesas médicas, realizar melhorias na residência, adquirir bens de longa duração ou até mesmo suprir necessidades fundamentais.
O tempo médio de comprometimento com dívidas em Pernambuco é de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 61 dias, ante 63 dias no Brasil. A inadimplência prolongada tem um impacto negativo tanto no consumo das famílias quanto nos investimentos das empresas, pois diminui a capacidade social de gastar e de investir, o que acaba desacelerando a economia pela via do consumo e dos investimentos.
O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, afirmou que em agosto, no Estado, observou-se um aumento em dois indicadores da PEIC: a inadimplência e a proporção da população que não terá capacidade de pagar suas dívidas.
“Esse movimento pode ser atribuído ao elevado nível de desemprego no estado, que desencoraja as pessoas a honrar seus compromissos financeiros. Além disso, a perspectiva de quitação de dívidas também é afetada negativamente pela avaliação desfavorável das oportunidades profissionais, o que é compartilhado por 4 em cada 10 pernambucanos, segundo o Índice de Consumo das Famílias/CNC”.
Endividamento x inadimplência
Enquanto o endividamento sobrecarrega a renda mensal das famílias e reduz o consumo, principalmente de bens não duráveis como alimentação, a inadimplência se caracteriza por gastos adicionais com juros, mora e multa.
Quanto antes a dívida for liquidada, mais vantajoso será para o orçamento da família, uma vez que haverá um excedente maior de renda disponível para consumo e/ou poupança. Por isso, é importante reduzir ao máximo o tempo de atraso das dívidas, garantindo uma melhor saúde financeira dos domicílios.
Da Folha de Pernambuco | Foto: Divulgação