No acumulado do ano, houve expansão de 4,5%
Em 12 meses, o setor de serviços cresceu 6%
Com o resultado, o setor opera 12,8% acima do patamar pré-pandemia
Três das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo positivo em julho. Os serviços prestados às famílias avançaram 1%, enquanto transporte, armazenagem e serviços subiram 0,6% e outros serviços, 0,3%. No lado das quedas, os serviços de informação e comunicação recuaram 0,2%, enquanto os serviços profissionais e administrativos contraíram 1,1% em relação ao mês anterior.
Boom do e-commerce e escoamento da produção agrícola
A principal influência veio do setor de transportes dado o seu maior peso na pesquisa. O transporte de cargas, que avançou 1,4%, foi o que impulsionou o resultado. A atividade atingiu novamente o ponto mais alto da sua série histórica.
Segundo Rodrigo Lobo, uma das explicações para o crescimento da atividade de transporte rodoviário de cargas desde o pós-pandemia é a mudança de paradigma em relação ao comércio eletrônico, que teve um boom com a migração das lojas físicas para as plataformas digitais. Hoje esse fator perde para a questão agrícola, uma vez que a pesquisa de produção agrícola vem prevendo uma série de recordes de safra para o milho e a soja.
"Isso aumenta muito a demanda do transporte de cargas, tanto pelo fluxo de insumos, como os fertilizantes, quanto pelo próprio escoamento da produção agrícola" explica Rodrigo Lobo.
Já os serviços prestados às famílias avançaram em julho principalmente pela alta das receitas das empresas de restaurantes, hotéis e parques de diversão, que costumam crescer nos períodos em que as famílias saem de férias, segundo o pesquisador.
Apesar do avanço, o setor de serviços prestados às famílias segue como o único a não superar o patamar pré-pandemia. Em julho, ele operava 1,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020, o menor distanciamento já registrado.
Já os outros serviços têm apresentado variações muito próximas da estabilidade. Segundo Lobo, do IBGE, a alta de julho foi impulsionada pelos serviços financeiros auxiliares, que é o segmento mais importante em termos de receita.
Por Agência O Globo | Foto: Marcia Foletto