Com a chegada do último trimestre, é dada a largada para o período de contratações temporárias de fim de ano. Em Pernambuco, a expectativa é de um crescimento mais tardio que o ano passado, consolidando-se apenas entre os meses de novembro e dezembro, conforme termômetro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Recife). Na iminência dos maiores ciclos do calendário do comércio, como o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal, a projeção se mostra moderada para a geração de postos de trabalho, mesmo agarrando-se a uma inflação, discretamente, mais controlada. Na outra ponta, amplia-se a esperança para mais de 500 mil pessoas sem ocupação formal no estado, impactando diretamente no bem-estar e no sustento das famílias.
"Temos percebido que os empresários vêm adiando um pouco o ritmo, colocando o pé no freio na hora de anunciar novas contratações. É o resultado desta indefinição na política econômica que ainda nos deparamos, com juros e queda de renda", pontua o presidente da CDL-Recife, Frederico Leal. Apesar de Pernambuco vir assinalando investimentos e abertura de postos de trabalho em alguns setores, a exemplo do atacadista, o gestor afirma que o apanhado extra de fim de ano deve aportar mais próximo do Natal. "Estamos fechando os dados e confeccionando novos levantamentos para compreender essas mudanças. A concentração de vagas deve manter a tendência e preencher os nichos de confecção, calçados, bares, restaurantes, entre outros", completou, admitindo a possibilidade de números mais tímidos.
O clima comedido se estende à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-PE). Na visão do presidente, Bernardo Peixoto, a queda na arrecadação dos estados, em relação ao mesmo período do ano passado, além de desacertos quanto a reforma tributária, são fatores que promovem tal desaceleração. "Temos nos preparado para as contratações formais, mas neste trâmite também encontramos uma quantidade expressiva de pessoas que querem seguir o caminho inverso, montando seus próprios negócios. Tivemos um primeiro semestre não satisfatório e a expectativa se coloca agora na liberação de obras paradas, gerando mais movimentação de recursos e, consequentemente, mais empregos", explica. Segundo Peixoto, a falta de capacitação técnica segue como um entrave a dificultar o preenchimento de algumas vagas.
A dona de casa, Júlia Figueira, de 49 anos, integra a lista dos que buscam uma oportunidade para ganhar dinheiro, neste período festivo. "É quando a gente mais precisa de renda para arrumar a casa, comprar roupas para os filhos e também tentar negociar as dívidas que se acumularam ao longo do ano", revela. O sonho de ter a carteira de trabalho assinada também está na mira do estudante, Hugo Silva, de 24 anos. Para ele, a época traz a chance do ingresso definitivo no mercado. "É preciso mostrar o diferencial para conseguir ficar e, mais adiante, crescer dentro da empresa", diz.
Com os dados do último mês ainda não fechados, o governo do estado ressalta que, até agosto deste ano, já captou mais de 11 mil vagas, encaminhando cerca de 26 mil candidatos para processos seletivos. "É comum que, neste último trimestre do ano, as empresas do comércio varejista intensifiquem o recrutamento de trabalhadores para vagas temporárias. Já é possível perceber, no cotidiano da Agência do Trabalho, algum aumento nesse tipo de oferta, em relação aos meses anteriores", afirma a secretária em exercício da Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco (Sedepe), Cristiane Andrade. Ela lembra que 24 unidades e mais quatro pontos extras estão distribuídos em todas as regiões para entender trabalhadores e empresas. Confira a matéria completa, clique AQUI!