Após o forte crescimento no primeiro semestre, que superou as projeções de analistas, a economia brasileira deu uma freada brusca no terceiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB, valor de todos os bens e serviços produzidos) cresceu 0,1% ante o segundo trimestre, ante o segundo trimestre. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE.
A freada já era esperada. Pesquisa do Valor sobre as projeções de analistas de instituições financeiras e consultorias apontava para uma retração de 0,2% no PIB do terceiro trimestre sobre o segundo.
O ritmo mais moderado foi imposto pela dinâmica de consumo, atrapalhada pelas taxas de juros ainda elevadas e pelo fato de que não houve novos estímulos à renda por parte do governo, uma vez que o reajuste do valor mensal do Bolsa Família já produziu seu efeito de alta.
Apesar da piora na dinâmica de consumo, a melhoria gradual do mercado de trabalho ainda tem sustentado os gastos das famílias.
Ainda assim, ritmo mais moderado do consumo e a falta de dinamismo da indústria puxaram o freio de mão também no setor de serviços, contribuindo para a desaceleração da economia.
Houve também um certo esgotamento do avanço do setor, à medida que a pandemia de Covid-19 vai ficando cada vez mais para trás. Logo após a abertura da economia, serviços cresceram com força.
Como o setor responde por quase 70% do PIB, seu arrefecimento acaba levado à perda de fôlego da economia como um todo.
Por Agência O Globo | Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco