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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Estratégias para a promoção do desenvolvimento territorial, inovação e empreendedorismo são temas de entrevista com Priscila Lapa

Em conversa com o Desenvolve PE, a analista do Sebrae destacou importância da parceria com a Amupe

 


Priscila Lapa é analista de políticas públicas do Sebrae Pernambuco, professora universitária e doutora em Ciências Políticas e em Serviço Social. Em entrevista para o Desenvolve PE, Priscila, que é a gestora do Projeto no Sebrae, abordou temas como: desenvolvimento territorial, parceria com a Amupe, empreendedorismo, importância da participação das comunidades locais nos processos de governança e estratégias de inovação nas gestões públicas, dentre outros. 

 


Desenvolve PE – Priscila, qual o papel da governança e a relação entre a sociedade civil e os setores produtivos na promoção do desenvolvimento territorial sustentável


PL - Um dos grandes aprendizados desde a criação do Sebrae é que o desenvolvimento não se faz sozinho, se faz com alguns princípios e alguns pilares e a governança é um desses. Sebrae e Amupe atuam numa conjunção de propósitos para o desenvolvimento territorial, local e sustentável. Essa é uma das missões do Sebrae, está dentro dos pilares da sua criação.  O Sebrae atua para o empreendedorismo porque atua para a promoção do desenvolvimento e empreendedorismo é um dos meios para isso.


O Sebrae já desenvolveu vários programas trabalhando com a perspectiva da construção de uma agenda de suporte aos governos em políticas de desenvolvimento.  Nesse aprendizado ficou claro que governos, sociedade civil, nem empresários sozinhos conseguem dar conta. O que vai fazer o desenvolvimento acontecer é essa sinergia de esforços. Há tarefas para todos fazerem para que essa convergência e esse desenvolvimento aconteçam, então a ideia de ter uma governança atuando para o desenvolvimento é sobre essa perspectiva de que precisamos ter uma instância, que não é só governo e que não é só sociedade civil, atuando para fazer essas conexões do desenvolvimento.


Muitas vezes precisamos juntar oferta com demanda; necessidades de setores produtivos; organizar pautas desses setores e levar para pleitear no legislativo e no executivo medidas políticas e orçamento para fazer acontecer. Então, a governança tem papel de ser uma instância dentro dessas políticas, dessa visão do desenvolvimento, que vai dar capacidade de dinamizar, de ativar um território juntando instituições, atores e esforços.  O Sebrae acredita, tem experiência e traz isso para o projeto Desenvolve PE: a ideia de formar governanças focadas no desenvolvimento.



Desenvolve PE – Qual a importância da parceria entre a Amupe e o Sebrae, por meio do Desenvolve PE, para fomentar o desenvolvimento socioeconômico dos municípios pernambucanos? 


PL - O Sebrae, além de ser parceiro de governos, entendeu que olhando as experiências de outros estados que fizeram parcerias com associações municipalistas, que a gente poderia potencializar muito o nosso alcance a municípios. Há atores que até então não eram impactados por essa pauta e, até então, não tinham essa convergência com o Sebrae. Foi olhando pra esse entendimento de que a Amupe trabalha pelo desenvolvimento e tem essas ferramentas e instrumentos e o Sebrae também têm os dele, por que não juntar isso? A gente já era parceiro, como por exemplo, na promoção do Congresso Pernambucano de Municípios e na divulgação do Prêmio Prefeito Empreendedor... então já tem um histórico e quando se junta, potencializa. É bom para o Sebrae, para a Amupe, para os municípios e para toda sociedade.


Foi a partir dessa experiência que surgiu o Desenvolve PE. A gente conseguiu colocar em um único plano de trabalho uma série de ações de uma agenda que o Sebrae já trabalhava e o olhar da Amupe sobre o que os municípios precisam trabalhar para promover o desenvolvimento. Foi a partir dessa junção de propósitos que o Desenvolve PE surgiu e vem como uma experiência que já é um sucesso. A gente já conseguiu trazer um conjunto de ações organizadas, estruturadas dentro de uma abordagem técnica e ao mesmo tempo conversando e dialogando.


Conseguimos levar a pauta do desenvolvimento de uma forma muito mais ostensiva, a partir do Desenvolve PE. Temos a expectativa de que os resultados vão potencializar ainda mais essa agenda e poderemos fazer com que isso seja uma parceria permanente na atuação do Sebrae e da Amupe.


 


Desenvolve PE - De que forma a participação das comunidades locais pode contribuir para a governança e o desenvolvimento territorial?*


PL - Entendemos que o envolvimento imediato da comunidade local, já no primeiro momento, desde a pactuação de uma agenda até o acompanhamento dos resultados é fundamental. Isso é um dos critérios de avaliação do Prêmio Prefeitura Empreendedora, que é um dos principais instrumentos de reconhecimento da gestão pública hoje no Brasil. Isso é uma forma da gente dizer: envolva a comunidade desde o início, pactue com ela, entenda as necessidades e construa soluções de encontro a essas necessidades.


Então essa participação é fundamental, porque senão, não há sustentabilidade nas iniciativas. Isso é um aprendizado muito grande para as ações de desenvolvimento territorial e para as ações do Sebrae e isso está na filosofia do desenvolve PE também.


 


Desenvolve PE - Sob a perspectiva das gestões públicas, como a inovação pode ser aplicada para impulsionar o desenvolvimento econômico?


PL - A inovação faz parte do conjunto de soluções para trabalhar os desafios. Mas para a gestão pública, principalmente em municípios menores, ela continua sendo uma espécie de “mito”. Mas quando se entende inovação como a capacidade de pensar diferente sobre os desafios e desenvolver protótipos das soluções, a gente começa a entender que a solução para trabalhar o desenvolvimento passa por ela.


É necessário o desenvolvimento de uma cultura de inovação na gestão pública, porque inovação implica em resultado. Ela entrega mudança de mentalidade das pessoas, novas culturas, novas formas de agir... Municípios menores têm uma capacidade reduzida de investimentos, então pensar diferente em um cenário como esse é mais desafiador, mas não é impossível. Pelo contrário, é aí onde a inovação pode ajudar a começar a pensar em novas abordagens para os problemas de sempre. 


Da ASCOM

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