Estudo da Tendências Consultoria indica que uma base menor do tamanho da massa da renda, o agronegócio, investimentos e ações do setor público explicam a tendência de um crescimento maior nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste nos próximos anos.
No período de 2023 a 2027, as projeções da consultoria são de expansão de 3,4% ao ano da massa de renda brasileira. As taxas devem ser 4,6% no Norte e 4,1% no Nordeste e no Centro-Oeste. Nas regiões Sul e Sudeste, o crescimento será de 3,0% e 3,1%, respectivamente.
Para o período de 2028 a 2033, Norte (4,1%), Nordeste (4%) e Centro-Oeste (3,9%) também devem registrar avanço anual maior da massa de renda que no Sul (3%) e no Sudeste (3,3%) do país. O país como um todo terá uma média de crescimento de 3,4% no mesmo período.
As regiões com expansão mais acelerada da massa de renda são beneficiadas pela base menor, que torna o crescimento mais fácil que em áreas já consolidados. Mas, cada uma delas também apresenta razões específicas para o movimento, principalmente das regiões Norte e Nordeste.
No Nordeste, a perspectiva é de aumento de investimentos públicos e privados. O retorno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tende a beneficiar a região, assim como a expansão da capacidade produtiva de diferentes setores, especialmente em petróleo e gás. Os programas sociais tiveram efeito forte até o momento, mas não devem subir muito nos próximos anos.
Na região Norte, o impulso no crescimento vem da administração pública, com presença relevante no Produto Interno Bruto local, da concessão de rodovias e portos, e da maturação de investimentos na indústria extrativa de minério de ferro. O agronegócio também tem influência nessa região, com a expansão da fronteira agrícola.
No Centro-Oeste, por sua vez, o agronegócio será a mola propulsora da economia, onde a fronteira agrícola se expande rapidamente e os ganhos com produtividade são os maiores no país. A redução de gargalos de escoamento vai estimular ainda mais a produção na região e os serviços voltados ao setor irão se expandir.
A expansão dessas regiões tende a diminuir a desigualdade de renda em relação às regiões Sul e Sudeste, mas ainda num ritmo muito fraco porque a massa de renda também irá crescer nessas regiões, apesar de ser em menor velocidade e com uma base de comparação muito elevada.
Por Ecio Costa