quinta-feira, 21 de março de 2024

Após sexto corte da Selic, Brasil ainda é o país com a segunda maior taxa de juros reais do mundo

Depois do sexto corte consecutivo de 0,5 ponto percentual da Selic (de 11,25% para 10,75%), o Brasil se mantém entre os países com a maior taxa real de juros. Levantamento do site MoneYou mostra que, após a redução, os juros reais ficaram em 5,90% ao ano, atrás apenas do México, que encabeça o ranking, com 7,46%.



O ranking leva em conta as taxas de 40 países. Na terceira colocação, aparece a Rússia, com juros reais de 5,87%, seguida da Colômbia (5,85%) e Turquia (5,65%).



De acordo com o economista da MoneYou, Jason Vieira, o cenário para a aceleração do corte de juros no Brasil continua travado pela questão fiscal.


— O cenário para a aceleração do corte de juros continua em parte retido pela questão fiscal, a insistência arrecadatória do governo e nenhuma sinalização de controle de gastos. Com a série mais recente de indicadores inflacionários, especialmente o IPCA. O índice mostrou um peso maior da inflação de alimentos, que pode ter dificuldade de se dissipar, além da inflação de combustíveis — afirma Vieira.


Ele observa que a inflação americana também ajudou, com os índices ao consumidor e dos produtores comportados, ainda que alguns membros do Federal Reserve (o banco central americano) continuem a optar por uma abordagem mais cautelosa, com a expectativa do início da queda de juros para junho.



O economista observa que o movimento global de aperto monetário pelos bancos centrais perdeu força. Hoje, a tendência é de manutenção dos juros. No ranking, 87,50% dos quarenta países mantiveram as taxas, enquanto 5% elevaram e 7,50% cortaram.


A taxa real é uma combinação de inflação projetada para os próximos 12 meses e a taxa de juros DI a mercado nos próximos 12 meses considerando o vencimento mais líquido.


Veja os dez países com maior taxa de juro real:


México: 7,46%

Brasil: 5,90%

Rússia: 5,87%

Colômbia: 5,85%%

Turquia: 5,65%

Reino Unido: 3,79%

África do Sul: 3,17%

Hungria: 3,04%

Estados Unidos: 2,93%

Hong Kong: 2,61%.


Por Agência O Globo | Foto: Leonardo Sá/Agência Senado