Bancos nunca ligam para cliente e pedem dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança ou qualquer tipo de pagamento/transação para supostamente regularizar problemas na conta
Com a sociedade cada vez mais digitalizada, os bandidos estão criando novas abordagens para golpes aplicados há muito tempo, como, por exemplo, o da falsa central telefônica. Desta vez, o golpista está ligando para clientes com uma gravação simulando as URAs dos bancos, que são as Unidades de Respostas Audíveis das instituições.
Ao atender a ligação, o cliente é informado sobre uma suposta compra aprovada em alguma loja do varejo, informando o valor e mais dados da transação. Ou ainda sobre uma transação suspeita de Pix. Na gravação, eles informam duas opções, uma se você reconhece e a outra se desconhece a transação, direcionando para um falso atendente.
Ao atender, o golpista diz que a transação está em análise e que por isso ainda não aparece na fatura ou no extrato bancário do cliente, para não levantar suspeitas.
O golpista afirma que para resolver o assunto, o consumidor deve fazer algumas ações: realizar transação para regularizar o suposto problema; instalar aplicativos de acesso remoto; e solicita dados pessoais, como número de conta e senha.
A Febraban informa que os bancos podem entrar em contato com os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca solicitam dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, pagamentos ou estornos de transações nestes contatos.
“Ao receber uma ligação suspeita solicitando senhas ou dados pessoais, desligue imediatamente e de outro telefone, entre em contato com os canais oficiais de seu banco”, alerta José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
Em outras variações do golpe, os criminosos estão enviando SMS solicitando que o cliente entre em contato com uma falsa central de atendimento, com um número 0800, para esclarecer a questão ou ainda enviam e-mails com links fraudulentos para roubar dados pessoais e senhas.
Outra situação que vem sendo usada pelos criminosos é ligar para o cliente e dizer sua conta está sendo fraudada por um colaborador do próprio banco e que para resolver o problema é necessário transferir o valor para uma chave ou conta segura. E quando o cliente faz essa transferência, na verdade, está enviando dinheiro para a conta de um golpista.
Os bandidos chegam a orientar o cliente que os bancos devem bloquear a transação e ligar para confirmar essa situação suspeita, e, que nessa ligação, o cliente precisa confirmar e dizer que está fazendo um investimento ou uma operação particular, confirmando que a operação deve ser feita. Qualquer um desses comportamentos é suspeito e sinal de golpe.
A Febraban também informa que os criminosos estão usando o nome da entidade no golpe das falsas gravações e esclarece que a entidade é uma associação civil sem fins lucrativos, que reúne instituições financeiras do país. No desempenho de suas atividades, a entidade não tem relacionamento direto com clientes e usuários do sistema bancário.
Desta maneira, a Febraban ressalta que não contata pessoas físicas ou jurídicas por SMS, ligação telefônica, carta, e-mail, WhatsApp ou quaisquer redes sociais, para realização de procedimentos de segurança ou para efetivação de operações financeiras. Trata-se de modalidade de golpe.
Medidas contra os golpes
A Febraban e seus bancos associados têm investido constantemente e de maneira massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais. Nas redes da Febraban, a comunicação antifraudes prossegue de forma ininterrupta por meio do site https://antifraudes.febraban.org.br/.
Além da realização de campanhas educativas, os bancos investem cerca de R$ 4 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança – valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com TI, para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas.
A Febraban também tem uma parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e envia uma relação de telefones usados no golpe da falsa central telefônica, que são repassados para as empresas de telecomunicações para bloqueio.
Adicionalmente, os bancos também atuam em parceria com forças policiais para auxiliar na identificação e punição de criminosos virtuais.