Iniciativa busca garantir a continuidade do abastecimento para os municípios atendidos pelo Sistema Jucazinho, no AgresteFoto: COMPESA
O período de escassez de chuvas obrigou a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) a iniciar intervenções emergenciais para interligar a Adutora do Agreste ao Sistema Adutor de Jucazinho, em Caruaru e evitar que a população fique sem abastecimento de água. Ao todo, 850 mil pessoas devem ser beneficiadas.
A obra acontece por conta da situação de pré-colapso em que a barragem que abastece o Sistema Jucazinho se encontra.
A previsão é transportar 400 litros de água por segundo do Rio São Francisco para a Estação de Tratamento de Água-Água-ETA Salgado. De acordo com a Compesa, a medida permite que a população de Caruaru continue abastecida e o fornecimento de água no Sistema de Jucazinho pelos próximos meses às outras cidades.
Além de Caruaru, o Sistema Jucazinho é responsável pelo abastecimento de água das cidades de Surubim, Casinhas, Salgadinho, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá. A iniciativa beneficiará diretamente 850 mil pessoas e recebe investimento de R$ 4,4 milhões.
Além da interligação da Adutora do Agreste ao Sistema Jucazinho, a Compesa está implantando, em Caruaru, uma nova adutora de três quilômetros de extensão que sai da Estação de Tratamento de Água Petrópolis até o reservatório Santa Rosa para atender especificamente os bairros Santa Rosa, Vassoural, Indianópolis, Inocoop e José Liberato, antes atendidos pela Adutora de Jucazinho.
"Com a adoção dessas medidas, preservaremos o volume restante de Jucazinho, garantindo o abastecimento de água até o próximo período de chuvas e minimizando o risco de desabastecimento total das cidades atendidas por esse sistema", observa o presidente da Compesa, Alex Campos.
O titular da Compesa adianta, ainda, que tais intervenções serão integradas ao sistema de abastecimento de Caruaru, apesar de serem executadas em caráter emergencial.
"Esses investimentos somam-se como alternativas de flexibilidade no abastecimento, de forma a mitigar cenários de crises hídricas futuras. Ou seja, não apenas atenderão o cenário de escassez hídrica atual, mas são obras estruturadoras tanto para a produção quanto para a distribuição de água na região", finalizou Campos.
A Barragem de Jucazinho, localizada em Surubim, verteu pela última vez há quase 15 anos. Hoje, está com apenas 5,76% de sua capacidade total de armazenamento, que é de cerca de 200 milhões de metros cúbicos de água. Esse percentual é o nível mais baixo desde 2020 e a tendência é de queda.
Escassez de chuva deixa reservatórios em níveis alarmantes
A previsão da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) é que Pernambuco enfrente um período de escassez de chuva até março, além de temperaturas superiores à média histórica em todo o estado.
Do Diario de Pernambuco