Surubim perde sua maior historiadora: Mariza Paula Barbosa

(Foto: Reprodução/ WhatsApp)

Faleceu nesta segunda-feira, dia 24/02, no Hospital Arlindo Moura, em Moreno, de parada cardíaca, antes de se submeter a uma cirurgia tendo em vista a fratura de um fêmur, a surubinense Mariza Paula Barbosa. 

No próximo mês de abril ela completaria 83 anos. Encontrava-se em Recife há meses internada em clínica de repouso sem previsão de retornar a Surubim. A família comunica que não haverá velório e seu corpo do hospital seguirá para o Cemitério São José onde será enterrado ao lado de seus antepassados.

Foi tapeceira, museóloga, pesquisadora e decorrente de suas incansáveis pesquisas, historiadora. Em seu livro Surubim Pela Boca do Povo que, sem dúvidas, é uma das obras mais importantes que se tem sobre a História de Surubim, ela registra depoimentos fundamentais de personagens que viveram no município. À parte alguns desencontros típicos da tradição oral, sua obra é de leitura imprescindível para todos que adentrarem pela busca do conhecimento histórico da terra e do povo surubinense.

Perseguida pela ditadura viveu anos no Rio de Janeiro e depois em Moçambique, esteve também na ilha de Itamaracá e, em maio de 1984, decidiu retornar às suas raízes onde deu início ao projeto Surubim Pela Boca do Povo com o objetivo de pesquisar, preservar e divulgar a memória histórico-cultural e artística do Município de Surubim.

Cinco anos depois, em de maio de 1989 fundou a Associação dos Amigos de Surubim e o Museu Histórico de Surubim. Em 1995, finalmente, lançou seu livro que é um marco na historiografia municipal.

Seu museu, infelizmente, não conseguiu sobreviver à incompreensão e à falta de apoios. Seu livro, entretanto, permanecerá forte e pulsante e nesse aspecto, Mariza de Surubim, Paula de Itamaracá, Maria de Moçambique, nomes que levou consigo por onde passou, continuará entre nós sinalizando caminhos a seguir e mostrando-nos Surubim do passado, seu povo, sua gente, seus costumes, sua História.

Do Correio do Agreste