Embora irregulares, com intervalos de até uma semana entre uma “chuvada” e outra, as precipitações em Surubim, no mês de março, seguem dentro da média climatológica, definida pela Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima). Segundo o órgão, neste mês, são esperados 90 mm de chuva no município. Até a data de publicação desta matéria (22/03), o acumulado era de 76 mm, ou seja, faltando nove dias para março terminar, já choveu mais de 80% do que se espera. Até lá, uma chuva de 14 mm (que não é considerada forte) já atinge a média.
Os meses de janeiro e fevereiro registraram chuvas acima da média. Em janeiro, choveu 54,2 mm quando se esperava 33 mm e em fevereiro o acumulado foi de 44,8 mm, um pouco acima dos 38 mm aguardados para o período.
No dia de São José, não choveu, frustrando a crença dos agricultores, que se chover nessa data, o inverno será bom, mas pelo menos até abril, a previsão da Apac dá esperança de que o índice pluviométrico fique na normalidade podendo ficar abaixo da média.
Barragem de Jucazinho
Chuvas dentro da média em Surubim, mas situação crítica na Barragem de Jucazinho. Os moradores da região sabem que apesar do reservatório estar localizado em Surubim, as chuvas que caem no município contribuem muito pouco para elevar o nível do manancial. Apenas alguns pequenos riachos situados ao Sul do território surubinense deságuam lá. A barragem depende de grandes volumes de chuva nos municípios que ficam no sentido Oeste do Rio Capibaribe, como Frei Miguelinho, Riacho das Almas, Toritama, Vertentes, Santa Cruz do Capibaribe, Brejo da Madre de Deus, Jataúba, entre outros.
Como até agora não foram registradas precipitações fortes o suficiente para que a água chegasse à barragem, a situação é de pré-colapso e vem se complicando a cada dia. Jucazinho está com 3,92 % de sua capacidade, acumulando atualmente 8,03 milhões de m3.
Com o objetivo de prolongar a utilização do manancial, a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) está realizando uma obra para que algumas áreas de Caruaru, sejam abastecidas pelas águas do Rio São Francisco, por meio de interligação com a Adutora do Agreste. A companhia também já anunciou que devem ser instaladas duas balsas na Barragem de Jucazinho, caso o índice de acumulação chegue a 3% ainda este mês.
Situação semelhante aconteceu no final de 2015 quando a Compesa começou a utilizar o chamado “volume morto”, nível de água onde a captação não pode mais ser realizada pelo sistema normal de bombeamento. Em 2016, o reservatório secou completamente.
Do Correio do Agreste