Apesar da ocorrência de chuvas em algumas cidades do Agreste, a escassez hídrica ainda predomina na região. Um dos principais mananciais dessa área, a Barragem de Jucazinho, em Surubim, continua em situação de pré-colapso devido à estiagem, com apenas 4,55% (índice em 27 de fevereiro) de sua capacidade de armazenamento. Para enfrentar essa dificuldade, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está desenvolvendo uma série de iniciativas emergenciais para garantir o abastecimento de água às cidades atendidas pelo sistema.
Dentre as principais ações, que estão em ritmo acelerado, destaca-se a transposição das águas do Rio São Francisco, por meio da Adutora do Agreste, para o Sistema Adutor de Jucazinho, além dos preparativos para a instalação de duas balsas na barragem, caso o índice de acumulação chegue a 3%.
Para acompanhar de perto as ações emergenciais, o presidente da Compesa, Alex Campos, e o diretor regional do Agreste, Daniel Genuíno, acompanhados por gerentes das áreas de produção e distribuição, além de técnicos, vistoriaram a obra de integração da Adutora do Agreste ao Sistema Adutor de Jucazinho, em Caruaru.
A equipe também vistoriou a Barragem de Jucazinho para alinhar as ações necessárias à manutenção do aproveitamento da água do reservatório. Mesmo aguardando o início da quadra chuvosa no Agreste, prevista para ocorrer a partir de março, o presidente da Compesa ressalta a importância dessas ações para garantir o abastecimento de água às 15 cidades atendidas por Jucazinho, caso as precipitações pluviométricas sejam insuficientes no próximo inverno.
“Não podemos deixar de ter alternativas viáveis para a manutenção do atendimento da população dessas cidades pela rede de distribuição”, pontuou Alex Campos.
Em Caruaru, no ponto de conexão entre as adutoras do Agreste e Jucazinho, em execução na Rua Dois Irmãos, no bairro Santa Rosa, o presidente da Compesa explicou que a nova adutora terá três quilômetros de extensão, dos quais 1,2 quilômetro já foi assentado.
“Essa integração de sistemas permitirá o transporte de 400 litros de água por segundo do Rio São Francisco para a Estação de Tratamento de Água (ETA) Salgado. Essa foi a solução encontrada pelos nossos técnicos para que Jucazinho deixe de atender Caruaru e passe a abastecer exclusivamente os demais municípios atendidos por este sistema, considerando o seu estado crítico de armazenamento”, afirmou Campos.
No conjunto de ações emergenciais, o governo de Pernambuco autorizou a Compesa a investir R$ 4,4 milhões, beneficiando 850 mil pessoas.
FRENTES DE SERVIÇO
Outras frentes de trabalho também estão em andamento para viabilizar a operação integrada dos sistemas Adutor do Agreste e Jucazinho. Além dessa obra, estão sendo construídas quatro caixas de descarga e três ventosas, dispositivos essenciais para a operação e segurança da adutora.
As ventosas permitem a saída de ar na tubulação, evitando, em caso extremo de alta pressão, vazamentos de grande porte. Já as descargas são dispositivos utilizados para a limpeza inicial das tubulações e o esvaziamento da adutora quando há necessidade de manutenção. A previsão é que todas as intervenções sejam concluídas até o final de março.
Ainda segundo o presidente da Compesa, as ações foram autorizadas pela governadora Raquel Lyra, que priorizou a antecipação de medidas para evitar a dependência exclusiva da quadra chuvosa. “Pernambuco está sob um decreto de emergência e, nesta região de Surubim, onde fica a Barragem de Jucazinho, infelizmente não tem chovido. Aguardamos o início da quadra chuvosa no Agreste a partir de meados de março, mas já estamos implementando alternativas operacionais. Essa obra emergencial garantirá a continuidade do abastecimento nos municípios do Agreste que dependem do sistema, além do atendimento de Caruaru via Adutora do Agreste”, explicou o titular da estatal.
Dessa forma, as cidades de Surubim, Casinhas, Salgadinho, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá continuarão a receber água do Sistema Jucazinho, mesmo que não chova em março.
Fonte: Do Portal da Cidade Surubim com informações da Compesa